Traços tortos, tão tontos quanto os nossos
Passos largos, sem calma nos espaços
Quero pisar onde não pisaria
Assim em ti
Ensina-me a fazer poesia?
Com a mesma ânsia de todos os dias
Com a mesma sede que a alma teria
Sem mais
Ser Nós
Além
Ensina-me a ser poesia?
Feliz, sem medo da falta do abraço
Penetrando a superficie do aço de cada rima
Pra que se refaça sempre esse descompasso
Ensina-me a ser poesia?
No entanto, nem de longe, nem atento
Não tire minha melhor teoria
Que anda dormindo por dentro
Mas faz tempo não aparecia
E de súbito, ainda hoje, passou por aqui