"...Estou andando pela rua e do vento me cai uma folha exatamente nos cabelos. A incidência da linha de milhões de folhas transformadas em uma única, e de milhões de pessoas a incidência de reduzi-las a mim. Isso me acontece tantas vezes que passei a me considerar modestamente a escolhida das folhas. Com gestos furtivos tiro a folha dos meus cabelos e guardo-a na bolsa, como o mais diminuto diamante. Até que um dia, abrindo a bolsa, encontro entre os objetos a folha seca, engelhada, morta. Jogo-a fora: não me interessa fetiche morto como lembrança. E também porque sei que novas folhas coincidirão comigo. Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza."
(Clarice Lispector)
"Os poucos versos que aí vão, Em lugar de outros é que os ponho. Tu que me lês, deixo ao teu sonho imaginar como serão." (Manuel Bandeira)
terça-feira, 29 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Hoje
Hoje tô meio frouxo, xoxo, sem vida, opaco, sem nada.
Hoje o dia não me preencheu, nasceu cru e morreu abafado no
escuro.
Hoje sem nada pra dizer.
Sem ter o que fazer,
a casa mudou de tom.
Ela fez assim, sem minha permissão.
E eu com cara de boba.
Olhando a cortina parada e a ventania lá fora
Esperando o tempo ir embora pra eu ir junto.
Porque hoje to presa nesse assunto de dia ruim.
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