quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sobre mim...

Eu simplesmente gosto da minha escrita esquizofrênica. Gosto da minha afinidade pelos contrastes, pelos adjetivos, pelas rimas mal feitas, pelas frases assimétricas. Quando eu escrevo, a ordem é mínima só porque odeio, abomino as regras exageradas das ditaduras dos textos formais. Escrita pra mim tem que ser leve. Tem que ser ato libertário, de se revelar, de ser o que se é sem medo de correções. Nunca fui uma ótima aluna em redação, nem venerei a gramática. Em contrapartida sempre amei as palavras, os sentidos, suas formas e contornos. Sempre me encantei pelo som em que elas fazem quando combinadas. Na melodia de quando tocadas pela garganta, boca, dentes. Pra mim é como se quase ganhassem uma materialidade e fossem sentidas na pele. E escrevê-las é como me desligar daqui. É como ser algo que eu não conhecia e me misturar entre outras coisas entre o que eu sou e o que eu até então não sabia que fazia parte de mim.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mãe Preta


Eu abri essa ferida foi pra você entrar.
Foi pra te carregar comigo como me carregava no embalo das minhas noites de insônia.
Abro o coração só pra não deixar escapar esse sorriso da moleca contadora de estórias.
De tanto rir me fiz também você e de todos os “vocês” que a vida me trouxe.
Hoje é da sua risada gostosa, da sua voz tão doce e das piadas mais puras é que eu me lembro.
E não mais da dor.
Não havia dor nos seus olhos, nem medo na sua voz.
Só havia você e nada mais.