segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Delírios Noturnos

Dentro de uma capsula vazia, se esconde o mistério das dores terrenas
Dorme um pequeno ser que repousa sobre a letargia e o sofrimento
Ele esconde a luz limitada pelo silêncio dos objetos que se movem e dos passos que proseguem
Alimenta-se da tristeza manifesta pela solidão que reina
O escuro é parte do ambiente que permanece durante todo o dia

Sua única companhia são as paredes frias e ásperas
Com elas é que divide suas incertezas, suas filosofias mesquinhas e fragmento de lembranças da infância
Enquanto se encolhe na posição de um feto como quem espera a chegada ao mundo das luzes e das cores
Mesmo tendo a impressão de que jamais volte a vê-las

Consigo vinha repetindo:
O pior silêncio é aquele que nasce dos sons;
O pior escuro é aquele que brota no reflexo da luz que transcende da janela;
A pior tristeza é aquela que transborda dos risos incontidos;
A pior solidão é aquela que é gerada pelos ruídos da casa cheia.

Assim é o caração de um poeta desconsolado.
Perdido pelas frestas de luz dos postes que invadem a imensidão do quarto vazio.
Sofre por que sabe o que acontece por dentro,
E admiti pelas palavras aquilo que habita em si.
Ele contempla a tortura que rompe com suas veias e faz vazar o sangue.

Até que adormeça com o peito cortado em lágrimas.