segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Um desabafo sobre os 30


Então já se foram 3 décadas? Assim tão depressa que nem me dei conta de que estou chegando a quase metade da vida de um brasileiro, segundo o IBGE...rs. Tenho recordações de quando eu tinha 10 anos, nas férias em Marataízes, em que eu brincava com minha prima. Éramos “adultas de 30 anos” e as nossas idealizações tinham uma certa pitada hollywoodiana de mulheres executivas muito ocupadas que falavam palavrões enquanto fumavam um cigarro. Então, 20 nos depois, me formei em psicologia, não virei executiva, falo alguns palavrões mas detesto cigarro. Acho que a Camila de 30 veio um pouco diferente. Tão diferente do que a de 10 pensava, diferente também das expectativas que a Camila de 20 tinha e muito diferente das cobranças das pessoas sobre quem tem 30 anos. Mas sabe de uma coisa? O fato de não corresponder ao que todo mundo espera de mim me ensinou tanto! Me ensinou que eu não preciso ser “bem sucedida” no trabalho, nem ter o carro do ano, nem fazer intercâmbio na Irlanda, nem ser casada e ter filhos ou ser “super malhada” e usar as roupas da moda enquanto tiro foto num hotel de luxo em Trancoso. Embora essas coisas todas sejam maravilhosas não são as únicas opções de felicidade. Um umas das "bênçãos" que os 30 me deram foi ser livre, livre de qualquer convenção social, livre de ter que corresponder uma sociedade chata e careta. O amadurecimento também foi outra coisa que me ajudou a entender que as pessoas podem ir embora das nossas vidas de muitas maneiras diferentes, que nem todas as grandes amizades duram  para sempre e que nem todos namoros valem à pena pra sua saúde mental. Me ensinou também que as pessoas podem se distanciar por muitos motivos com a vida adulta, mas que toda vez que a  música que lembre de você tocar ou quando passa a sua série favorita elas vão querer fazer contato para saber como você está. Além disso, aprendi que apesar de todos os problemas pelos quais a gente passe, o cara lá de cima vai sempre enviar um momento bom ou uma pessoa boa para compensar o seu dia difícil. Aprendi que pessoas pra criticar sua vida, mesmo sem saber nada, nunca irão faltar, mas no meio desse monte de gente você encontra sempre alguém pra te estender a mão ou emprestar um "ombro amigo". E não, com 30 você ainda não conhece tudo sobre a vida, talvez nem saiba ainda lidar com todas as barras, mas com certeza sabe pensar um pouco melhor sobre elas. E, aqui, eu descobri que o mais importante para mim é cuidar da minha autoestima, e que mesmo quando nada é do jeito que se imaginava, mesmo quando não se está nos seus melhores dias, é preciso buscar formas de se amar mais, de se querer mais e de ser bem melhor, porque é como já dizia Maiakoviski, gente foi feita para brilhar e que tudo mais vá pro inferno!